Solo: Um Recurso Subaproveitado


A Assembleia Geral das Nações Unidas na sua 68º Sessão, declarou o dia 5 de dezembro como Dia Mundial do Solo e 2015 como o Ano Internacional dos Solos. 

Demora milhares de anos a ser desenvolvido e pode perder-se em horas. A ideia fica, como alerta, durante uma entrevista ao presidente da Sociedade Portuguesa da Ciência do Solo (SPCS), Carlos Alexandre.
O solo é um recurso de que estamos cada vez mais dependentes. Em 2015 será assinalado o Ano Internacional do Solo, procurando dar ênfase a esta temática. Num país de tradição marítima, mas também agrícola, pouco se tem falado sobre o solo, tema de muita importância e cujo uso e aproveitamento, nas palavras do especialista, não tem sido o mais adequado.





 “99% da biomassa produzida no Mundo depende do solo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura”, refere, assinalando este serviço como o mais importante prestado por este recurso. “É claro que o mar é um recurso importante para o nosso país, mas há, à escala mundial, uma disparidade enorme entre a dependência do solo e a dependência de outros recursos.”

 As utilidades são diversas para além da produção de biomassa. Do solo resultam produtos que servem de alimento para humanos e animais, este serve para a produção de fibras e matérias-primas e mais recentemente para a produção de bioenergia. Se o solo é tão importante porque não se fala tanto nele? É a questão que se coloca.

Falta informação e sensibilização e uma renovação de gerações de cientistas interessados nestas áreas. “Nos últimos anos, tem-se assistido de facto a uma redução da comunidade devido às reformas dos investigadores e não tem havido a necessária substituição e renovação, apesar de mais recentemente existir um maior interesse por parte de biólogos, geólogos, entre outros cientistas”, explica.

O solo tem também um papel muito importante na acumulação e sequestro de carbono. “Sabe-se que o solo tem mais carbono armazenado do que toda a vegetação e a atmosfera juntos. É uma reserva imensa de carbono que pode ser ainda mais explorada, através do sequestro de carbono e da fixação pelas plantas”, continua.

Em complemento, a purificação e o armazenamento da água são funções fundamentais deste recurso, importantes para evitar as cheias, que acontecem com frequência nos meses de inverno.

Publicado em 30/7/2014 por Renata Silva
Fonte:http://www.sra.pt/